segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Humor: Racismo no Brasil

Em tempos de debate intenso sobre a lei de cotas, esta é minha solicita homenagem ao Ali Kamel, o "superpoderoso" manda-chuva do jornalismo da Globo, que é contra as cotas porque elas "vão criar o racismo no Brasil". (!)

Extraído de um grande blog que eu acompanho religiosamente: o Botequim do Bruno (clique aqui).

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Pichação na Bienal

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No dia 26 de outubro, mais de 40 pichadores (se escreve com “ch” mesmo, embora os pichadores grafem com “x”, por opção) atacaram o “pavilhão vazio” da 28ª Bienal Internacional de São Paulo. A jovem de 23 anos Caroline Pivetta da Mota está presa desde então e pode ficar na Penitenciária Feminina de Santana até 2010 – ironicamente, o ano da realização da próxima Bienal. Ela é integrante da gangue Susto's (clique aqui).

O caso repercutiu muito desde então. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, chegou a fazer um apelo ao governador José Serra para que libere a garota. Segundo o Ministro, "é um escândalo uma pessoa ficar presa esse tempo todo porque fez uma intervenção gráfica".

O pixo é um vandalismo. Todos sabem disso (inclusive, e principalmente, os pichadores...). Mas a repressão, por si só, não resolverá o problema. E não dá pra colocar no mesmo nível de outros crimes.

Quando o “artista plástico” Maurício Ianês vagou “nu” pela Bienal de São Paulo, no saguão do 2º andar, foi aplaudido pelo “mainstream da arte”. Lá ele ficou, sobrevivendo de doações dos visitantes. Mas, e se o mesmo Maurício fosse um desconhecido e tivesse “invadido” o saguão “pelado” (e não “nu”), o que aconteceria? Será que a mesma organização do evento teria chamado a polícia?

O que faz da arte, verdadeiramente, ARTE? Um carimbo “oficial”? O reconhecimento por parte da elite? Uma autenticação dada por meia dúzia de engomadinhos esnobes?
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O mundo da arte (o status quo...) é elitista e excludente. O poder público, em geral, nada mais faz do que legitimar esta lógica excludente. Daí que chega a ser uma afronta deixar um andar vazio na Bienal. É um deboche sobre uma multidão de excluídos. É cuspir na cara daqueles que ficaram de fora... Natural que haja uma reação. Ainda bem!

Não quero aqui assumir a posição de advogado do diabo. Muito menos engrossar o coro reacionário e conservador da imprensa e da elite econômica brasileira. Acho que o pixo é muito mais um sintoma do que uma doença de nossa sociedade moderna. Exatamente por isso que todas as iniciativas do poder público para “combatê-lo” ou “preveni-lo” fracassam: encaram o pichador como uma doença. E daí, tudo que fazem acaba por incentivar mais do que inibir: apagam incêndio com gasolina...

O maior mérito da pichação foi a repercussão. A iniciativa gerou um debate intenso e profundo sobre o caráter da Bienal, o papel da arte, etc.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Emeritus - Scarface

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Se você é daqueles que chapa só de ouvir vocal do mestre Scarface, taí um lançamento indispensável. Acaba de sair do forno...
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Se você é mais crítico, vale o download mesmo assim! Mas não se assuste: este CD veio bem diferente...
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Para quem quer ouvir o velho e bom Scarface dentro do estilo que o consagrou, quatro faixas vão bem nesta linha. "Still Here", a melhor do CD, já é um clássico na minha opinião! À altura dos maiores momentos do rapper de South Side. O backing vocal me lembra Lauryn Hill nos seus melhores momentos. Se a referência não está errada, o nome dela é Shateish. A faixa título, "Emeritus", lembra o Geto Boyz, bem pesadona também. "High Note" têm teclados que lembram Kool G Rap, também ficou legal. "We Need You", tensa, sinistra, bem a cara do Scarface dos últimos tempos, pesadíssima também.
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Algumas faixas fogem um pouco a linha do Scarface. Estão pesadas também, mas, ao mesmo tempo, bem "Club", até meio dançantes. "High Powered" e "Forgot About Me", as faixas 2 e 3, quase criam uma impressão diferente sobre o CD. Estão bem na linha do último da dupla UGK e do último do Bun B também. Aliás, Bun B está na faixa 2. "Redemption Song" (nada a ver com o clássico do Bob Marley) segue esta linha também... Bom som.
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"Still Here" ficou à pampa, com um estilo que é uma sequência dos últimos trabalhos de Mr. Scarface. "Soldier Story", melancólica, lembra algo de "I Never See a Man Die", com um vocal que lembra o Nate Dogg, porém, como eu não vi os créditos completos, não tenho certeza para afirmar se é o cara. Outra melancólica é "Unexpected", legal também...
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Não se assuste. Quando eu digo dançante, não digo comédia, nem mainstream, digo estilo "Club", o que é diferente... "Club" é a melhor definição que me vêm a mente. É um caminho que o Dirty Rap adotou ultimamente. Quem curtiu o UGK e BUN B mais recentes vai curtir este Play do Scarface. Porém, os mais puristas e exigentes talvez estranhem um pouco...
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Na minha opinião, vale a pena, com certeza absoluta. O álbum está à altura do Scarface e de tudo que ele já desenvolveu. Não sai do estilo do rap South Side, mesmo nas pegadas mais dançantes. E, no geral, pesadíssimo para os padrões atuais.
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Baixe no Lôko do Serrado (clique aqui)
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