segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Matilde e o Cartão Corporativo

A Ministra Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, terá o uso do Cartão de Crédito Corporativo analisado pela CGU (Controladoria Geral da União), de acordo com encaminhamento da Comissão de Ética Pública que suspeita de "implicações legais".

É impressionante como a imprensa burguesa e o conservadorismo em geral confundem as coisas. É só procurar no Google para verificar como tiram proveito da situação de forma sorrateira em seus blogs. Usam a notícia dada pelas organizações globo (Jornal Nacional, O Globo e G1) para atacar um organismo institucional, confundindo propositalmente a imagem da pessoa física que ocupa tal organismo com a instituição em si (a pessoa jurídica).

Quer dizer que se o Ministro da Educação for flagrado em alguma atividade ilícita, os mesmos defenderão o fim do Ministério da Educação, com o consequente fechamento de escolas, etc.?

Por outro lado, é nítido o desespero dos representantes do conservadorismo, como Ricardo Noblat, que afirmou só agora saber a finalidade da existência da Seppir. Estão atônitos diante das proporções que o debate sobre o racismo tem tomado no Brasil.

A Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) é um órgão cuja existência, em termos de relevância e referência, não possui precedentes na história e nem equivalentes no mundo - nem mesmo na África do Sul ou nos EUA! É um fruto direto da luta do povo negro no Brasil, após muito suor e sangue derramados, muita mobilização e inclusive muitas mortes, vide o que ocorreu em Palmares há alguns séculos atrás...

Espero sinceramente que o movimento negro saiba separar as coisas e encare o debate que vem por aí de cabeça erguida, como sempre fez ao longo de sua história. A Seppir está acima de qualquer divergência política do movimento negro, assim como também está acima da figura da ministra Matilde. Não permitamos que cuspam em nossa história impunemente.

Cabe à Justiça brasleira julgar o mérito de qualquer suspeita, assim como cabe à Matilde usufruir de seu direito de defesa, independente de qualquer estrago que a imprensa venha a fazer, pois o povo brasileiro já não adere a risca às tentativas de manipulação da imprensa brasileira. Ficando comprovada alguma irregularidade, que os culpados paguem diante da justiça.

E os reacionários que esperam que o Brasil dê um passo atrás num momento em que o mundo todo nos observa e nos foca como modelo em termos de promoção da igualdade racial, que venham para o debate, mas de forma franca e direta, de preferência...

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