O Denver acaba de confir-mar a participação de Nenê Hilário no pré-Olímpico. O Brasil não se classificou para as duas ultimas Olimpíadas. Depois de muito tempo, a seleção poderá contar com sua força máxima. Nenê, se-guindo conselhos do amigo Leandrinho, resolveu dar uma trégua aos cartolas da Confederação Brasileira de Basquete, com quem mantinha uma queda de braço a alguns anos, devido a uma série de divergências.
O Basquete brasileiro sempre foi um jogo de playboys. Ao menos o basquete profissional, com certeza. Pra se jogar basquete em nosso país é necessário ser sócio de um clube caríssimo. Quase não existem categorias de base que possibilitem que os talentos apareçam e tenham oportunidades profissionais.
As comissões técnicas brasileiras, tanto nos times, quanto na seleção – e principalmente na seleção – sempre tentaram moldar times à partir de um padrão eurocêntrico, buscando reproduzir o estilo europeu de jogar... Isto, num país que tem a maior parte de sua população descendente de africanos. Há aqui o potencial para o surgimento de vários jogadores com a ginga de um Michael Jordan.
Nesse tipo de basquete que o Brasil praticava, o esquema tático é tudo. O time joga em função de um arremessador (um Oscar da vida...) que aparece sozinho na quadra. O time só possui uma jogada. Uma só opção. Os técnicos, do lado de fora, se esforçam para aparecer mais do que o jogador, que, na concepção do público, em qualquer esporte, é a estrela absoluta... Estas eram as críticas de Nenê quando não se apresentou a seleção brasileira em outras oportunidades.
Eu nunca vi sentido algum na maneira que o Brasil joga basquete. Havia uma contradição entre o que se via nos rachões, nas quadras de escolas que os alunos tinham que pular o muro no final de semana para jogar, nas raríssimas praças onde a depredação ainda não havia arrasado com tudo e o que se via no basquete profissional do Brasil. Eram dois países diferentes. Ao contrário do futebol, que buscou na favela um Romário ou um Ronaldinho, o basquete profissional brasileiro nunca refletiu a composição étnica brasileira, nunca contemplou todas as classes sociais que, a duras penas e com muita paixão, praticavam o esporte da bola ao cesto.
Nenê Hilário, junto com Leandrinho e outros, vieram para equilibrar um pouco as coisas e mudar – espero que definitivamente – a história do basquete brasileiro, que é uma história que possui algumas glórias, devo admitir, mas também é uma história de exclusão, há que se dizer em bom tom e em voz alta. São representantes de uma geração que cresceu assistindo a NBA e literalmente chegou lá. Ficou difícil para a CBB não reconhecer o talento que fez os norte-americanos se reverenciarem...
O Basquete brasileiro sempre foi um jogo de playboys. Ao menos o basquete profissional, com certeza. Pra se jogar basquete em nosso país é necessário ser sócio de um clube caríssimo. Quase não existem categorias de base que possibilitem que os talentos apareçam e tenham oportunidades profissionais.
As comissões técnicas brasileiras, tanto nos times, quanto na seleção – e principalmente na seleção – sempre tentaram moldar times à partir de um padrão eurocêntrico, buscando reproduzir o estilo europeu de jogar... Isto, num país que tem a maior parte de sua população descendente de africanos. Há aqui o potencial para o surgimento de vários jogadores com a ginga de um Michael Jordan.
Nesse tipo de basquete que o Brasil praticava, o esquema tático é tudo. O time joga em função de um arremessador (um Oscar da vida...) que aparece sozinho na quadra. O time só possui uma jogada. Uma só opção. Os técnicos, do lado de fora, se esforçam para aparecer mais do que o jogador, que, na concepção do público, em qualquer esporte, é a estrela absoluta... Estas eram as críticas de Nenê quando não se apresentou a seleção brasileira em outras oportunidades.
Eu nunca vi sentido algum na maneira que o Brasil joga basquete. Havia uma contradição entre o que se via nos rachões, nas quadras de escolas que os alunos tinham que pular o muro no final de semana para jogar, nas raríssimas praças onde a depredação ainda não havia arrasado com tudo e o que se via no basquete profissional do Brasil. Eram dois países diferentes. Ao contrário do futebol, que buscou na favela um Romário ou um Ronaldinho, o basquete profissional brasileiro nunca refletiu a composição étnica brasileira, nunca contemplou todas as classes sociais que, a duras penas e com muita paixão, praticavam o esporte da bola ao cesto.
Nenê Hilário, junto com Leandrinho e outros, vieram para equilibrar um pouco as coisas e mudar – espero que definitivamente – a história do basquete brasileiro, que é uma história que possui algumas glórias, devo admitir, mas também é uma história de exclusão, há que se dizer em bom tom e em voz alta. São representantes de uma geração que cresceu assistindo a NBA e literalmente chegou lá. Ficou difícil para a CBB não reconhecer o talento que fez os norte-americanos se reverenciarem...
Vai ser interessante ver este time disputar o pré-olímpico... Que venham os arremessos de Marcelinho Huerta, representante legítimo do basquetebol do passado, e que é importante para a seleção. Mas não com exclusividade. Que venham também as enterradas de Nenê as infiltrações de Leandrinho!