sábado, 26 de agosto de 2006

Spike Lee Põe de Novo o Dedo na Ferida

O conceituado Diretor de cinema Shelton Jackson Lee, o Spike (Ferrão) Lee, apelido dado pela sua mãe, está estreando no Estados Unidos o documentário “When the Levees Broke: A Requiem in Four Acts” (Quando os Diques se Romperam: Um Réquiem em Quatro Atos). Mais uma vez Spike Lee (de Faça a Coisa Certa, entre outros) bota o dedo na ferida da sociedade norte-americana: desta vez, sem poupar Bush e a Agência Federal de Administração de Emergências (Fema), além de outras autoridades. O filme vem para se somar às denúncias do rapper Kanye West de como o governo não se preparou para o desastre, mesmo com alguma previsibilidade, e como o socorro demorou a chegar.

"Nova Orleans está lutando por sua vida. Por isso o filme mostra a luta da cidade com um olho nas terríveis perdas e outro no espírito indomável dos que ali estavam" disse o Diretor de “Malcom X”. "O que ocorreu aqui foi um ato criminoso. A devastação não foi conseqüência somente da natureza. Alguém deveria ser preso por isso", protestou Spike Lee. Há cerca de um ano atrás, em um show em Nova York, o rapper Kaye West também se posicionou afirmando que “os Estados Unidos estão preparados para ajudar os pobres, os negros e os que têm menos da maneira mais lenta possível" e provocou uma polêmica que repercutiu no mundo todo..

O mais interessante do documentário é que ele dá voz aos protagonistas da tragédia: moradores e refugiados, brancos e negros. Isto mesmo apesar dos depoimentos de muita gente famosa. Calcula-se que 1 milhão e 500 mil pessoas ficaram desabrigadas. Mais de 1300 morreram. Estima-se que 80% da cidade ficou inundada.

Em matéria no caderno Mais! do dia 20 de agosto a Folha de S. Paulo ressaltou que o documentário procura mostrar que os moradores em geral, brancos e negros, foram vítimas do maior desastre natural da história dos Estados Unidos. Segundo a Folha, Spike Lee mostrou que uma classe social foi prejudicada e não apenas uma raça, com um enfoque diferente daquele usado em seus filmes anteriores que denunciaram contundentemente o racismo.

Este tipo de constatação vem bem a calhar por parte de um jornal que já deixou bem claro em sua linha editorial que é contra as cotas étnicas nas Universidades...

É difícil polarizar um debate sobre um documentário que ainda não vimos no Brasil – seria leviano de minha parte. Porém, mesmo sem assistir ao filme e considerando que a constatação seja correta, nada seria mais compreensivo: como todos sabemos, um fenômeno natural não discrimina, e portanto todos aquele que estavam na área de um furacão que atingiu cinco pontos na escala (a pontuação máxima) sofreram as consequências por isso. No entanto, quando a ação humana entra em campo, como no caso da postura das autoridades, em particular de sua autoridade máxima o Sr. George W. Busch, e o tratamento dispensado para com o problema varia entre a lentidão e a apatia, aí sim temos motivos de sobra para levantar suspeitas sobre a ocorrência de racismo, uma vez que sabemos bem o perfil da população de Nova Orleans.

Muito há que se apurar e refletir sobre o tema. É esperar para ver...

A rede HBO transmitiu a 1ª parte do documentário “When the Levees Broke: A Requiem in Four Acts” para os americanos na terça-feira da semana passada. Não há previsão de quando o filme chega ao Brasil. O filme será exibido também no Festival de Veneza, que começa dia 30 de agosto.

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi Amor!
Achei seu blog a sua cara,G!
Gostei do artigo....espero achar sempre coisas de qualidade .....nada de mulher peleda enh!rsrsrsrs..
Boa sorte!

Anônimo disse...

Oi Drico,
Curti o seu blog.Ficou muito bom.
Vou sempre dar uma passada por aki...

Fica com Deus!!!

Axé,

Juliana/Sumaré,Sp

Unknown disse...

eae adriano frmz?
ai loko seu blog...artigo bacana...
e a familia como tá??bem espero!!

abraço adriano, fika na PAZ
Bruno