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Morgan Tsvangirai, candidato do MDC (Movimento pela Mudança Democrática) à presidência da República do Zimbábwe, desistiu de disputar as eleições e está refugiado na embaixada da Holanda de Harare. Após haver ganho o primeiro turno numa leição "suspeita" devido a possibilidades de fraudes, ele afirma que não existem condições seguras para a realização de uma eleição idônea e transparente. Robert Mugabe, atual presidente, está no poder há 28 anos e afirmou que "somente Deus, que o colocou lá, poderá tirá-lo do poder". Tsvangirai afirma que mais de 70 (no mínimo) de seus simpatizantes foram mortos e centenas intimidados, proibidos de se reunirem ou agredidos fisicamente. O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, um dos mais próximos aliados de Mugabe, pediu a ele que interrompa a onda de violência. Mugabe, de sua parte, acusa o MDC de práticas violentas. Difícil acreditar que Mugabe não tenha culpa no cartório. Parece evidente. Mas que ele coloca interesses imperialistas, em especial britânicos, em cheque, isto também é verdade. O que coloca em dúvida muitas informações que recebemos via imprensa burguesa mundial.
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Forest Whitaker representou no cinema, tempos atrás, o também ditador Idi Amim. Figura polêmica em Uganda, o ditador foi responsável por um genocídio de mais de 100 mil pessoas. Alimentava seus crocodilos com suas vítimas e expulsou 40 mil pessoas, entre indianos e paquistaneses, de Uganda. O filme "O Último Rei da Escócia" mostra uma parte de suas peripécias. Mas deixa também os interesses ingleses por lá sob suspeita óbvia.
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A imprensa internacional, em especial, tem acompanhado estes acontecimentos na África. O que eles não dizem é que isto nada mais é do que uma herança do colonialismo europeu, que dividiu o continente na régua, desrespeitando limites geográficos e etnias diversas, se apropriou das riquezas do território africano e sequestrou milhões de negros que tiveram como destino a escravidão colonial. Um continente pilhado e massacrado por europeus, que agora se "chocam" com os resultados das barbaridades que promoveram por lá até pouco mais da metade do século passado...
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