sábado, 28 de fevereiro de 2009

Solveig: Graffiti Infantil Inglês


A jovem Solveig (10 anos), que começou a grafitar aos 8, tem sido motivo de alarde em Londres, na Inglaterra. Ela mora em Brighton, que fica no litoral britânico, e começou pintando os muros de sua vizinhança, nos momentos em que não brincava com suas bonecas ou colecionava figurinhas.


O trabalho da foto acima chama-se "Scare Cuts". Ela tem sido comparada ao Banksy pelas suas pinturas. O periódico "The Sun" (clique aqui) já destacou o trampo da "criança", assim como a conceituada revista "Graphotism - graffiti magazine" (clique aqui). Veja aqui mais fotos.
x

Um dos seus trampos preferidos (acima) foi feito nas ruínas do muro de Berlim. O que é mais interessante são os temas que uma criança pode trazer, como na foto abaixo, que fogem do convencional...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Capoeira Legends


Uma produtora brasileira de games (Donsoft, clique aqui) anunciou o lançamento do jogo para PC's "Capoeira Legends: Path to Freedom" (clique aqui para ver o site). A capoeira já havia sido explorada em games gringos e em filmes - o interesse pela capoeira lá fora tem crescido... No entanto, pelo que tenho conhecimento, é a primeira vez que um jogo específico com este tema vêm a público.

Gumga, do Mocambo das Estrelas, é o protagonista. O ambiente é o Rio de Janeiro de 1828. O jogo teve consultoria de Mestre Vuê, da Escola de Capoeira "Água de Beber". O projeto levou 6 anos para sua conclusão, entre pesquisas e a realização tecnológica.



O game promete repercutir. De início, é possível perceber reações diversas, com aprovações e desaprovações do público. Considerando o cenário dos jogos, e o que a criançada tem jogado ultimamente, uma iniciativa como esta pode significar um avanço, até por colocá-las em contato com uma cultura negra brasileira, com a nossa história. Obviamente, pelo pioneirismo e coragem, haverão limitações técnicas, por outro lado. Fora as limitações técnicas, o restante das críticas que eu li se devem muito mais à falta de cultura dos críticos do que à defeitos do jogo...

Toda vez que há uma exploração comercial de temas que envolvem a resistência e a luta social existe o risco de descaracterização. Não é o que me parece, ao menos num primeiro olhar. Tive a impressão inicial de que a história toda foi tratada com certa seriedade, dentro dos limites do possível.

Pra quem não está acostumado com games que envolvem violência, os vídeos disponíveis no site parecem fortes. Entretanto, perto dos jogos comercializados na atualidade, é uma brincadeira de criança...

Não sou muito de jogar, uso o PC pra outros fins... Mas, qualquer militante do movimento negro que tomar contato com o jogo vai sentir no fundo uma vontade de sair "capotando" capitães do mato e feitores por aí...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Hip-Hop Cultura de Rua


No ano passado a coletânea de rap "Hip-Hop Cultura de Rua" completou 20 anos após seu lançamento em 1988. Foi o primeiro registro fonográfico do rap brasileiro. Foi também o trabalho que imortalizou a dupla Thayde e DJ Hum, através do sucesso "Corpo Fechado".

Era a cultura da São Bento registrada em áudio. Eram os b. boys, só que agora cantando. Um retrato de uma época...

Qualquer pessoa que tenha vivido o surgimento do hip hop no Brasil teve contato com este disco de vinil. É impossível não aflorarem lembranças. Eu mesmo me recordo que ficava horas observando a capa do disco, admirando os tênis... Quem diria que um dia o Thayde estaria na MTV ou na Globo...

Na época, eu me lembro que não havia informação sobre o movimento. Quando chegava alguma, a sensação era de alegria intensa. A capa deste play é histórica neste sentido. A primeira vez que a vi foi excitante, pois nunca tinha visto os caras que cantavam as músicas que eu ouvia nos bailes do bairro e no rádio. Ainda assim, na época, eu não sabia quem era quem...

Eu morava perto do Ébanos Club, onde a equipe Color´s tocava, e toda esta rapaziada se apresentou lá: MC Jack, O Credo, Código 13, etc. Como eu tinha apenas 10 anos em 88, eu não podia entrar nos bailes (somente nas matinês de domingo...). Mas, de casa, eu podia escutar os ecos dos shows. Lembro que esperei ansiosamente até completar 16 anos para curtir meu primeiro baile...

A primeira vez que vi o Thayde e o DJ Hum foi no programa infantil da Mara, no SBT. Aff! Lá se vão muitos anos...

Lembranças pessoais à parte, este é um álbum histórico, obrigatório. O programa Freestyle (na web, clique aqui) fez uma edição especial, no ano passado, comemorando os 20 anos de lançamento do álbum. Lá tem entrevistas com Nazi (do IRA!), um dos produtores, além dos próprios grupos que participaram. E as músicas, é claro!

Vale a pena conferir!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O Polêmico Afrika Bambaataa


Recentemente Afrika Bambaataa esteve no Brasil e deu uma entrevista à Revista Cultura Hip Hop (leia na íntegra aqui - demora um pouco pra carregar...). Bambaataa é indiscutivelmente uma das principais figuras do hip hop no mundo. Sua importância é inegável. Foi ele o principal responsável pela caracterização do hip hop enquanto tal, ao definir os seus "4 elementos" (mc - b. boy - graffiti - dj) como a unidade essencial do movimento. É também um dos principais ativistas na luta pela manutenção das "raízes" sociais do hip hop, com seu debate sobre o "5º elemento". Estranho é que o mesmo Bambaataa expresse opiniões no mínimo polêmicas que me parecem contraditórias.

Recentemente, numa apresentação de Afrika Bambaataa aqui em Campinas, o público (na maioria, pessoas ligadas ao hip hop ou simpatizantes do movimento) ficou perplexo e chocado ao ver que o repertório não incluía rap's. B. Boys e B. Girls, todos fãs de Bambaataa e talvez os principais propagandistas de seus feitos e de sua importância, que esperavam break beats para "rachar", frustraram suas expectativas...

Na entrevista, Bambaataa polemiza ao definir estilos musicais como o Drum' and Bass ou a House Music como parte da cultura hip hop (!) e vai mais além: afirma, com todas as letras, que o Funk Carioca também é hip hop...

Sem desmerecer seu papel histórico e sua contribuição ao movimento hip hop, e sem desconsiderar a relação que diversos estilos de música possuem com o movimento, eu acho que Bambaataa vai muito longe em suas teses. Particularmente, discordo frontalmente de suas posições. Acho que a postura de Afrika Bambaataa ultimamente o coloca em contradição e oposição com as idéias e o papel que ele defendeu e desempenhou nos primeiros passos do movimento.