Falsas Polêmicas, Marketing, Racionais Mc's, CD Novo, Nike, Rede Globo e tudo mais...
Ontem o Fantástico exibiu um clipe do Jorge Ben Jor, com a participação de Mano Brown. A música é uma regravação de "Umbabaraúma - Ponta de Lança Africano", do clássico LP "África Brasil" (1976) de Jorge Ben. Será lançada hoje, na véspera do 1º jogo da seleção na Copa da África do Sul. O projeto foi patrocinado pela Nike e já corriam rumores a respeito da existência dele há um bom tempo. Veja o vídeo no final do post.
Os jornalistas de grandes veículos de comunicação torcem por um vacilo de Mano Brown, para decretarem sua capitulação diante da "grande mídia racista" que ele sempre criticou. É a hora da vingança para eles, os transmissores da ideologia racista e burguesa, que não gostam quando alguém questiona suas posições políticas de classe e raça em forma de "jornalismo neutro". Mano Brown está entalado na garganta deles desde que fechou as portas de seu camarim para todos eles na entrega do prêmio VMB (Video Music Brasil) de melhor videoclipe, na categoria da escolha popular, com a música "Diário de Um Detento". Lá se vão 12 anos...
A principal questão não é estar ou não nas grandes empresas de comunicação. A questão é como seremos tratados pelos meios de comunicação e nossa independência em relação à eles. A grande vitória do posicionamento crítico do Mano Brown foi o respeito e a crítica. Primeiro, porque ao fazer a crítica, Brown abriu os olhos de muitos (como eu...) para a manipulação dos grandes meios de comunicação, todos tendenciosos. É um segmento que funciona por concessão pública, mas não dá nenhum tipo de satisfação à sociedade, e toda vez que alguém toca no assunto "regulamentação", ouvem-se gritos contra a censura, vindos inclusive de Redes conhecidas por seu apoio à Ditadura no passado. É um campo dominado por meia dúzia de famílias que controlaram completamente a circulação da informação no país até recentemente, antes da abertura forçada de espaços promovida pela internet. Se o MV Bill é assediado pela Rede Globo e pode negociar com ela de forma digna é porque o Racionais Mc's botou o Sr. Roberto Marinho no lugar dele, lá atrás (com relação ao Rap, é claro...). É por isso que não fizeram do Rap paulista o que fizeram e fazem do Funk carioca.
O Mano Brown, o Racionais Mc's, ou qualquer outro grupo de rap, podem se expor nos grandes meios de comunicação de forma independente, em minha opinião. Desde que não mudem o discurso e a postura.
No ano passado, corri para as bancas de jornais para comprar a Revista Rolling Stone e ler a entrevista com o Brown. "Mano Brown Entre as Novas Idéias e o Velho Radicalismo", dizia a manchete. Muitos decretaram a capitulação: o Racionais Mc's não é mais o mesmo. Eu esperava o pior, mesmo que lá no fundo uma parte de mim não acreditasse, ou não quisesse acreditar... Sinceramente, não vi nada de novo na entrevista. Achei até que o entrevistador foi extremamente respeitoso. Foi uma exposição calculada e precisa, bem melhor que a famosa entrevista do Mano Brown ao Roda Viva para entrevistadores despreparados (exceção somente para a Maria Rita Kehl), onde eu achei que ele se colocou mal diante de algumas questões esdrúxulas. E o Brown que vimos, na Revista, no Roda Viva ou no Fantástico, foi o mesmo de sempre, lógico que com evoluções. Ele fez 40 anos este ano, está mais maduro, passou por transformações como qualquer outro ser humano. Mas não o vejo como um perdedor, como muitos tentam pregar. Pelo contrário. Olhem onde ele chegou. Muitos "produtos enlatados" que picam cartão nos Faustões e Gugus da vida não gozam do mesmo prestígio e respeito que ele.
A Nike, por sua vez, é uma empresa cujo marketing é muito antenado com o que está acontecendo no mundo. Foi na sua associação com a imagem de Michael Jordan, o maior jogador de Basquete de todos os tempos, do esporte mais popular nos EUA, que a empresa cresceu assombrosamente no mundo todo. Depois vieram outros: Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, etc. Se têm uma coisa que está acima do preconceito racial no capitalismo é, sem dúvida, a sede por lucro. Nada mais natural que o interesse da Nike pelo fenômeno Racionais Mc's, cujo ícone maior é Mano Brown. Só não reconhece a importância do Mano Brown no Brasil quem não quer...
A maioria dos jogadores de futebol são politicamente nulos, inclusive o maior deles, o Pelé. Aí, me desculpem, mas sou muito mais o Maradona. Têm atitude, pelo menos. Os brasileiros, quando abrem a boca, falam besteira. Dá pra comparar o Brown com estes caras? Aliás, acreedito sinceramente que o Brown estava se referindo a este processo quando fala de "leões com cabeça de bagre" na letra da sua participação em "Umbabaraúma".
A questão que fica pra mim é a seguinte: a Nike mudará o discurso e o posicionamento político do Racionais Mc's? Veremos no próximo álbum do grupo, em vias de sair... Eu acho muito difícil.
Se o discurso e a postura não vai mudar, bola pra frente, que o resto é mera publicidade gratuita...
Mano Brown não é mais o jovem vibrante e ingênuo que acreditava que mudaria o mundo com sua música. Nem o herói infalível que muitos elegeram no passado como o grande messias do rap, contra a própria vontada dele, que se tornou a maior vítima deste herói. Ele é humano. Sua maior mudança foi ter compreendido melhor este processo. Mas isto não diminui em nada seus feitos. Ele despertou a consciência de raça em milhões de jovens brasileiros de forma como o movimento negro nunca teria conseguido.
Agora, a raiva, a revolta, ainda estão lá. Elas são o motor do rap. Sem elas, o rap não é rap... Só que trabalhadas com uma poética diferente, num discurso renovado. Nós, fãs, podemos voltar a ouvir o "Escolha o Seu Caminho" novamente, ou o "Holocausto Urbano". Eu faço isto sistematicamente. Mas o que marcou o Racionais Mc's historicamente foi a renovação, de show em show, de disco em disco, um nunca igual ao outro. Que assim continue, sempre. Não vi nada que me envergonhe nas letras das últimas composições do Racionais Mc's. Talvez um machismo na letra de "Mulher Elétrica", uma tentativa mal sucedida de acertar as contas históricas com as mulheres. Mas daí a dizer que é uma música comercial... Me poupe. É um G.Funk clássico!
Muito do que dizem à respeito do Racionais Mc's é fruto de mera desinformação daqueles que não conhecem a história do grupo. Seja por parte de militantes que fizeram de Brown o porta voz de seus anseios mais radicais, atribuindo a ele responsabilidades que ele mesmo nunca buscou para si, colocando um discurso na boca dele que nunca foi o dele; seja por parte daqueles que querem promover uma mentira sobre uma guinada comercial, por mero golpe de marketing capitalista. O Racionais Mc's não precisa de uma guinada comercial, esta é a questão. Se eles não se venderam lá atrás, quando eram amadores, porque fariam isto agora que alcançaram a estabilidade financeira e profissional, correndo o risco de se perderem e caírem num ostracismo sem volta, como muitos outros no passado?
E mais, um recado aos conservadores de plantão da elite brasileira que se preocupa com os rumos do hip hop: o rapper que organiza sua Posse e suas atividades em sua quebrada; o DJ que faz seu programa na Rádio Comunitária; o grafiteiro ou a grafiteira que se expressam criticamente em seus trampos nos muros; todos eles continuarão lá, independentemente do que venha a acontecer com o Racionais Mc's. O hip hop já adquiriu esta maturidade.
Segue a matéria do Fantástico:
"Ponta de Lança Africano - Umbabaraúma"
Jorge Ben Jor e Mano Brown
Produção: DJ Zegon (Planet Hemp, N.A.S.A.) e por Daniel Ganjaman (Instituto)
Backing Vocals: Negresko Sis (Anelis Assumpção, Céu e Thalma de Freitas)
Participação: Pupilo (percussionista da Nação Zumbi)
Veja o video na íntegra aqui: YouTube. Vale a pena conferir.
19 comentários:
Belas palavras amigo, procurava algo assim com este SITE belas palavras e boas colocações.
Viva o RAP - NACIONAL
Fala Elemento !!!!
Palavras duras. Porém alimento da verdade.
Show de bola pelo texto.
Continue desta forma.
Abraços,
Paulo Guima
Cidade Tiradentes/ZL/Brasil
exelente !!! cabeça de bagre são us criticos q surgiram onte no rap e vem falando q o maloka se vendeu
puah sumemu tru otimo texto...
NAO É A QUESTAO DO RAP SE VENDER A MIDIA QUE ESTA EM FOCO , NAO É A O RACIONAIS MC´S QUE ESTÁ SE VENDENDO , O QUE TEMOS QUE TER EM MENTE É QUE O RAP NO BRASIL NECESSITA DO RESPEITO QUE MERECE , UM MC QUE TRABALHA DE SEGUNDA A SABADO , JUNTA UNS TROCADOS PRA GRAVAR UM SOM MUITAS VEZES SE HUMILHA PRA SUBIR NUM PALCO E CANTAR UMA MUSICA , AINDA É TRATADO COMO MARGINAL , TEMOS QUE TER EM MENTE QUE O RAP É SIM HOJE EM DIA A MUSICA POPULAR BRASILEIRA , SE TODOS FICAREM ESPERANDO O RACIONAIS FAZEREM ALGUMA COISA PRA SEGUIR , VAI TUDO CONTINUAR COMO ESTA , O RAP NO BRASIL PODE SER COMPARADO COM OS MELHORES DO MUNDO , SEJA EM MATERIA DE INSTRUMENTAIS LETRAS DOS B BOYS E GRAFITEIROS , O QUE DEVEMOS REALMENTE TER É A POSTURA DE QUE SOMOS ARTISTAS , DE QUE SOMOS MUSICOS QUE NAO SOMOS MENOS QUE NINGUEM , SERMOS QUEM SOMOS , SABEMOS FALAR GIRIAS SIM , MAS SE PRESCISAR TEMOS QUE SABER DEBATER DE IGUAL PRA IGUAL COM A SOCIEDADE , SE O ARGUMENTO DELES É A MARGINALIDADE DO RAP , TEMOS QUE SER CULTOS , MAS NAO OTÁRIOS , DEFENDER NOSSAS IDEIAS E CONVICÇOES DE MANEIRA QUE SEJAMOS PROFISSIONAIS ÁOS OLHOS DA SOCIEDADE , E EXEMPLO AOS MULEKES DA PERIFERIA , DEIXAR DE TEMER A POLICIA ENFIM DEIXAR DE TEMER SERMOS QUEM REALMENTE SOMOS , ISSO EU APRENDI NAO SÓ COM O RACIONAIS OU O BROWN , MAS SIM COM O RAP EM SI , OBRIGADO PELO ESPAÇO , OTIMA MATERIA ESTA SUA .TENHO DITO. DHAEL , QUADRILHA CEREBRAL , RIBEIRAO PRETO , SAO PAULO .
salve man, belo texto, sempre escrevendo muito bem...a situaçao e dificil, uma vez que voce chega no topo do trampo, fica aquela desconfiança sobre como sera quando isso passar e voce encaixar na cena. Acho que vc e claro quando diz que existe a manipulaçao da midia, e disso nao se foge, mas que quando voce se mantem nas suas convicçoes mas e interessante, consegue com o tempo o respeito que merece e exige. Continue man, escrevendo e abrindo as mentes da quebrada! e ve se organiza aquele churrasco que voce prometeu ha uns 10 anos!haha!abç
KKK... Demorô mesmo esse churras hein... Vô dá um salve no Lucas!
Excelente matéria... é uma enorme satisfação ver alguém escrevendo de forma clara e sem viagens que não levam o hip-hop a lugar nenhum...
E o Mano Brown continua sendo o melhor letrista dessa parada, respeitem a obra...
Salve.
Muito bom! Não sei, também, o que as pessoas tanto falam que mudou.
CARA SE NAO FOSSE POR ESSES CARAS
JOGADOR DE FUTEBOL GRUPO DE
SAMBA , NAO EXISTIRIA NEGROS NA TV.
NAO PRECISAMOS DO BROWN NA FAVELA
NA FAVELA SE VIRAMOS PRECISAMOS
DELE NA TV NAS RADIOS NA NET PARA COMEÇARMOS APARECER.
O BROWN JA NOS AJUDO DANDO ORGULHO DA NOSSA RAÇA E DO NOSSO PADRAO SOCIAL.
( QUEREMOS A INCLUSAO SOCIAL )
EO BROWN NA GLOBO É ISSO. ASS. GU
PQ ARARIBA Z/S
Pois é Adriano, li aqui breve relato de sua trajetória no RAP, parabéns. Sou morador do Parque Santo Antônio, cantado por Brown, tenho 29 anos, e quando vim morar aqui em 1992 aos doze, era só terror e medo, ruas sem asfalto sem infraestrutura básica (hoje já chegou o asfalto, grande coisa,rsrs O córrego ainda a céu aberto, e dizem que agora é por questão ambiental...) Na época com doze anos me sentia o carinha, sério, o homenzinho, e achava o rap, e principalmente o som dos Racionais, música de bandido, o que via é que alguns dos meus amigos, ouviam os Racionais e queriam na verdade ser personagens de suas letras, mais um bandido, mais um correria, via os caras usando o som como trilha sonora, era triste de ver, tive de ver amigos indo embora, ameaçados pelos conhecidos "Pés de Patos", temidos por todos, matavam por migalhas e detestavam a molecada que fumava unzinho, era foda. O tempo foi passando, as coisas quem sabe podemos dizer, evoluíram, hoje além de ter desmistificado os Racionais, eu curto os caras, seu som, me sinto parte deste som, por estar aqui no Parque ainda, por ver que nossa comunidade criou para o mundo uma identidade musical tão marcante (lembro que estava na rua uma vez trocando uma ideia com um amigo e passou o Mano Brown com os caras na sua "rural", furgão, sei lá, desculpe-me não saber exatamente o nome do carro, mas era bem louco, nas cores branco e azul, e lembro como vibrei em saber que esses caras eram reais, que eles faziam o que diziam na letra, que andavam pelo bairro para sentir o movimento, ver as pessoas. Algo que hoje faço, quando ando pelo bairro, olho, observo, gosto de tentar entender essa realidade, de tentar imaginar para onde as coisas estão caminhando e quando o pessimismo me atinge, torço para estar errado. Também li as matérias do Brown na Rolling Stones, e na boa, não que queira um Brown capitalista apresentando-se no Faustão no Gugu, enfim, mas se entendi o que ele quis dizer, só posso respeitá-lo, aceitar o rumo que ele quiser dar a sua trajetória, pois o que ele fez até aqui, já foi algo FANTÁSTICO mesmo,rsrs Ninguém pode pegar um cara desses e dizer, eu faça isso, não faça aquilo, tem apenas que respeitá-lo.
Muito bom o texto parceiro! Sempre muito massa seu blog!
Parabéns!
Thiago / Cps
Agradeço a contribuição de todos! Este já é, disparado, meu post mais comentado nesses 4 anos de Blog... Também, Mano Brown é Mano Brown, sempre polêmico.
Acho muito bom quando as pessoas comentam pois é o único contato que posso ter com os visitantes. Por mais que o contador de visitas tenha passado dos 65.000 acessos, quando não há manifestação destes usuários eu fico sem saber quem são, o que pensam, etc. Valeu pelos momentários!
meu sonho eh ver o racionais denovo nas paradas de sucessos como em 1997.
eu aguardo eles lançarem novas musicas como o album sobrevivemcia no inferno
e tomara q n vendam os direitos autorais das musicas deles para a globo como a mae do renato russo
so kero q o racionais volte para as paradas de sucessos como antigamente causando na vmb ...
Mano, não consigo deixar de concordar com suas palavras e com as do Mano Brown em algumas das leituras que fiz acerca da polêmica. Mas se liga no depoimento deste truta:
''Apesar de tudo descobriram que era humano.
Brown na Globo e pela Nike.
Acho que é essa é uma polêmica, que serve para ampliarmos os horizontes. Muito se fala se os caras mudaram ou não. Todos mudamos eu não sou mais “aquele moleque que sobrevive como manda o dia dia e que ta na correria”, e que foi no final da década de noventa para o movimento social, esperando encontrar os caras que ouvia no radio de pilha. Racionais, Thaide, GOG, Visão de Rua, Cambio Negro, Faces da Morte, enfim uma legião de manos e minas que não eram apenas cronistas de uma realidade esquecida.
Quando milhares de jovens inspirados por estes e outros “militantes” do movimento hip-hop, montaram suas posses, tanto os ilustres porta vozes do gueto, quanto os desconhecidos guerreiros, buscavam sim uma melhora no contexto social.
Ninguém escutava “preste atenção” do Thaide e DJ Hum, da mesma forma que escutava os hits do mercado no momento, “Homem na estrada” não virou um hino nas quebradas, por que era gostosa de ouvir.
Todos os manos que foram marginalizados por assumirem que faziam parte de um movimento e por isso seu estilo era diferenciado, a calça larga e a camiseta ecoavam, para o sistema como forma de protesto da mesma maneira que a sua dança, sua musica e seus desenhos.
Enfim, o mesmo sistema que outrora era criticado, hoje é aceito por muitos que um dia se postaram contra ele ferozmente, mesmo que de forma inocente. O mercado hoje não é menos cruel do que em 90, ainda nas quebradas a vida não mudou, apesar do bolsa família.
Podemos dar as mais variadas desculpas, mas o pé do nosso ídolo é de barro, gostemos ou não o Brown é um grande artista, apenas um grande artista. E como muitos outros artistas sucumbiu aos prazeres do mercado.
Fonte(s):
http://poemasaoente.blogspot.com/''
Esse sentimento também me acompanha. Eu sempre disse que tudo estaria perdido quando o Brown aparecesse na Globo. Realmente o mundo não se salvará do capitalismo e toda forma de destruí-lo ou substituí-lo será por ele convertido em nova força para o sistema vigente. Tá certo que, assim como eu, muitos tinham no Brown uma espécie de líder revolucionário que não deveria jamais sucumbir ao inimigo. Essa visão é injusta para qualquer homem, por crítico e defensor de alguma revolução que ele seje. Mas ficamos perdidos como uma criança que perde a mãe no meio da multidão. Sinais dos tempos... Até o RATM veio aqui e tocou em um shown que o ingresso custava o olho da cara.
Todavia, isso tudo é muito confuso e não dá pra tirar conclusões certas (ou erradas). Eis a máxima da condição humana: a dualidade, a ambiguidade e por aí vai.
Estava só passando, porém, muito bom texto, parabéns. Ao osvaldo, Cara, você disse tudo!
Eu não costumo postar em blogs, mas seu blog me obrigaram a, incrível trabalho .. lindo ...
Realmente gosto do design gráfico e de navegação do site, fácil sobre os olhos e bom conteúdo. outros sites são apenas demasiado transbordando com propagandas
Mate. Este blog es increíble. ¿Cómo puedo hacer que se vea así de bien?
Concordo em muito com o texto acima. O autor discorreu muito bem a cerca da grande conquista dos Racionais MC's (não apenas o Brown) e consequentimente do Rap brasileiro. Sem sombra de dúvida o Rap hoje é um dos poucos rítimos que leva a população a refletirem sobre a questão social, cultural e econômica do Afro-brasileiro. Uma ressalva, apenas para a abordagem feita sobre a questão da "mulher" nas letras dos Racionais MC's. Vejo "Mulher Elétrica" também com uma abordagem diferenciada dos guerreiros com o grupo, tadavia, não enchergo o maxismo na letra, pois mesmo discordando a realidade é que o ideial de "feminismo" envereda por essas novas ideias de liberdade e igualdade feminina (ideologia elitista) e não sei de infelismente a múscia dos Racionais muito demonstram esses novos posicionamentos políticos seguidos pelas "mulheres". E outro ponto que venho discutir é o conceito de "raça" que como é sabido trás uma ideia pejorativa migrada da biologia e que foi social e culturalmente trabalhada no brasil. Então, vejo o conceito de "nossa etnia" como a forma mais condizente com nossas lutas. Mesmo que as elites em seus discursos quando querem nos calar se referem ao negro como igual, e já no momento de permitir as mesmas oportunidades socias, políticas e economicas nos tratam como raça (nos atribui a inferioridade).
Baltazar - Itapé-Ba.
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