segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Humor: Racismo no Brasil

Em tempos de debate intenso sobre a lei de cotas, esta é minha solicita homenagem ao Ali Kamel, o "superpoderoso" manda-chuva do jornalismo da Globo, que é contra as cotas porque elas "vão criar o racismo no Brasil". (!)

Extraído de um grande blog que eu acompanho religiosamente: o Botequim do Bruno (clique aqui).

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Pichação na Bienal

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No dia 26 de outubro, mais de 40 pichadores (se escreve com “ch” mesmo, embora os pichadores grafem com “x”, por opção) atacaram o “pavilhão vazio” da 28ª Bienal Internacional de São Paulo. A jovem de 23 anos Caroline Pivetta da Mota está presa desde então e pode ficar na Penitenciária Feminina de Santana até 2010 – ironicamente, o ano da realização da próxima Bienal. Ela é integrante da gangue Susto's (clique aqui).

O caso repercutiu muito desde então. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, chegou a fazer um apelo ao governador José Serra para que libere a garota. Segundo o Ministro, "é um escândalo uma pessoa ficar presa esse tempo todo porque fez uma intervenção gráfica".

O pixo é um vandalismo. Todos sabem disso (inclusive, e principalmente, os pichadores...). Mas a repressão, por si só, não resolverá o problema. E não dá pra colocar no mesmo nível de outros crimes.

Quando o “artista plástico” Maurício Ianês vagou “nu” pela Bienal de São Paulo, no saguão do 2º andar, foi aplaudido pelo “mainstream da arte”. Lá ele ficou, sobrevivendo de doações dos visitantes. Mas, e se o mesmo Maurício fosse um desconhecido e tivesse “invadido” o saguão “pelado” (e não “nu”), o que aconteceria? Será que a mesma organização do evento teria chamado a polícia?

O que faz da arte, verdadeiramente, ARTE? Um carimbo “oficial”? O reconhecimento por parte da elite? Uma autenticação dada por meia dúzia de engomadinhos esnobes?
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O mundo da arte (o status quo...) é elitista e excludente. O poder público, em geral, nada mais faz do que legitimar esta lógica excludente. Daí que chega a ser uma afronta deixar um andar vazio na Bienal. É um deboche sobre uma multidão de excluídos. É cuspir na cara daqueles que ficaram de fora... Natural que haja uma reação. Ainda bem!

Não quero aqui assumir a posição de advogado do diabo. Muito menos engrossar o coro reacionário e conservador da imprensa e da elite econômica brasileira. Acho que o pixo é muito mais um sintoma do que uma doença de nossa sociedade moderna. Exatamente por isso que todas as iniciativas do poder público para “combatê-lo” ou “preveni-lo” fracassam: encaram o pichador como uma doença. E daí, tudo que fazem acaba por incentivar mais do que inibir: apagam incêndio com gasolina...

O maior mérito da pichação foi a repercussão. A iniciativa gerou um debate intenso e profundo sobre o caráter da Bienal, o papel da arte, etc.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Emeritus - Scarface

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Se você é daqueles que chapa só de ouvir vocal do mestre Scarface, taí um lançamento indispensável. Acaba de sair do forno...
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Se você é mais crítico, vale o download mesmo assim! Mas não se assuste: este CD veio bem diferente...
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Para quem quer ouvir o velho e bom Scarface dentro do estilo que o consagrou, quatro faixas vão bem nesta linha. "Still Here", a melhor do CD, já é um clássico na minha opinião! À altura dos maiores momentos do rapper de South Side. O backing vocal me lembra Lauryn Hill nos seus melhores momentos. Se a referência não está errada, o nome dela é Shateish. A faixa título, "Emeritus", lembra o Geto Boyz, bem pesadona também. "High Note" têm teclados que lembram Kool G Rap, também ficou legal. "We Need You", tensa, sinistra, bem a cara do Scarface dos últimos tempos, pesadíssima também.
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Algumas faixas fogem um pouco a linha do Scarface. Estão pesadas também, mas, ao mesmo tempo, bem "Club", até meio dançantes. "High Powered" e "Forgot About Me", as faixas 2 e 3, quase criam uma impressão diferente sobre o CD. Estão bem na linha do último da dupla UGK e do último do Bun B também. Aliás, Bun B está na faixa 2. "Redemption Song" (nada a ver com o clássico do Bob Marley) segue esta linha também... Bom som.
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"Still Here" ficou à pampa, com um estilo que é uma sequência dos últimos trabalhos de Mr. Scarface. "Soldier Story", melancólica, lembra algo de "I Never See a Man Die", com um vocal que lembra o Nate Dogg, porém, como eu não vi os créditos completos, não tenho certeza para afirmar se é o cara. Outra melancólica é "Unexpected", legal também...
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Não se assuste. Quando eu digo dançante, não digo comédia, nem mainstream, digo estilo "Club", o que é diferente... "Club" é a melhor definição que me vêm a mente. É um caminho que o Dirty Rap adotou ultimamente. Quem curtiu o UGK e BUN B mais recentes vai curtir este Play do Scarface. Porém, os mais puristas e exigentes talvez estranhem um pouco...
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Na minha opinião, vale a pena, com certeza absoluta. O álbum está à altura do Scarface e de tudo que ele já desenvolveu. Não sai do estilo do rap South Side, mesmo nas pegadas mais dançantes. E, no geral, pesadíssimo para os padrões atuais.
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Baixe no Lôko do Serrado (clique aqui)
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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Novos Tempos?

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Lewis Hamilton: campeão mundial de Fórmula 1
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Derrick Leon Green: vocalista do Sepultura
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Venus e Serena Williams: estão entre as 6 primeiras do ranking do Tênis
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Tiger Woods: considerado o melhor no Golf
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Barack Obama: Presidente dos E.U.A.
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Tudo isto, por si só, não significa muita coisa não...
Não é uma revolução...
Não garante as mudanças necessárias, que ainda estão por fazer...
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Mas, que é interessante, no mínimo, isto é...
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Alguém que adormecesse há uns 15 ou 20 anos atrás e acordasse agora iria se assustar...
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domingo, 2 de novembro de 2008

NBA 2008-2009

Começou!!!


Na última terça-feira começou a temporada 2008-2009 da NBA. Esta semana foi boa para os brasileiros. Leandrinho marcou 18 pontos em seu primeiro jogo (27 min.) contra o Spurs, e seu time venceu por 103 a 98. Varejão pegou 9 rebotes, marcou 9 pontos e recuperou 3 bolas contra o Celtics, porém não evitou a derrota de seu Cleveland. Nenê, surpreendentemente, após seu time bater o Clipper por 113 a 103, marcou 22 e pegou 11 rebotes em 35 minutos de jogo. Nenê, aliás, vai ter mais tempo de quadra após o Nugget's ter negociado o titular Camby. É a hora da verdade, como titular absoluto.
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Varejão, que foi elogiado pela boa forma, também ainda têm o que provar na NBA. E Leandrinho, a maior esperança brasileira, que viu seu basquete cair de rendimento após a premiação da temporada retrasada, como melhor 6º homem? Este terá de se re-adaptar ao novo Phoenix Suns, que terá um jogo mais cadenciado, diferente da velocidade de antes que privilegiava o brasileiro. Cabe a ele reafirmar o seu espaço.

sábado, 11 de outubro de 2008

Racionais Mc's: Vem aí o CD Novo!


Quem conhece o Racionais Mc's sabe que eles demoram alguns anos trampando um álbum novo. Como de costume, muito se especula sobre o próximo álbum. E os segredos são guardados a 7 chaves... Mas, como sempre acontece, alguma coisa sempre vaza. Já vazou no "Sobrevivendo no Inferno", circulando em fitinhas K7 (quem não se lembra de "Fórmula Mágica da Paz"...), porque não vazaria agora, na era da internet...
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Andei dando umas voltas pela rede e vi que os "leigos" estão impacientes. Muitos chegam a criticar o grupo pela demora. Falta informação a eles, pobres playboys desavisados. Umas das características mais interessantes do Racionais Mc's é o fato de eles não seguirem um padrão comercial. Não se deixam dominar pelo mercado da música. Seguem apenas o próprio instinto, a própria inspiração. As músicas não seguem o padrão de duração (algumas possuem mais de 10 minutos), o tempo entre um CD e outro varia aleatoriamente. E isso, contraditoriamente, gera um marketing, cria uma expectativa. Quando eles voltam, sai da frente...

Aliás, como será a postura do grupo diante do fenômeno do compartilhamento? O DJ do grupo deu uma pista em entrevista recente ao G1 (clique aqui). Segundo KL Jay:

"Tem que trabalhar esse lado também, porque, afinal de contas, o CD está praticamente falido, virou raridade já. Você vai na lan house, paga R$ 1 e puxa dois álbuns em uma hora. Então, a gente tem que ver esse lado também. Faz parte da modernidade, e a gente está nela".

Já o ex-VJ do "Yo! MTV Raps", Primo Preto, vai mais longe, dizendo que as músicas irão bater records no YouTube e afins (clique aqui). Previsões à parte, o que se sabe é que a ansiedade é grande. O último álbum com inéditas é de 2002, o "Nada como Um Dia Após o Outro Dia". Assim como de costume, o momento de chegar em casa com o Play na mão e ouvir pela primeira vez é sempre de arrepiar...

"Mente do Vilão" segue o padrão G-Funk, só que num pitch bem baixo, com participação do Rosana Bronk's e da banda Black Rio. O baixão é sinistro... (Ouça acima!) O grupo já vem cantando ela nos shows. O vocal é do Mano Brown.

"Tá na Chuva" tem uma colagem de Jorge Bem. O músico participou recentemente do cd ao vivo do grupo. A música usada é "Chove Chuva". Edi Rock e Ice Blue estão nos vocais. Os teclados são cabulosos, em cima de uma "cama" bem louca. No final da base sobra um espaço vazio, o que gerou uma especulação sobre uma possível participação... Sem faltar no Clássico grito de James Brown. Já não é a primeira vez que o Edi Rock usa uma referência do consagrado músico que influenciou muito o Racionais, conforme eles mesmos admitem.

As três faixas já podem ser ouvidas na rede. "Mulher Elétrica", o vazamento mais recente, pode ser encontrada com facilidade também. Vem numa linha de exaltação da mulher, o que é fato novo, pois o grupo sempre foi criticado pelo machismo. A letra deve provocar polêmica. Fala da mulher de uma forma positiva, é verdade, porém, exaltando bastante a beleza física. Não é uma exaltação como a do Funk Carioca (quase pornográfica...), mas vai gerar repercussão. As mulheres tem ocupado cada vez mais espaço no movimento, sempre cobrando os homens sobre seus posicionamentos. Será que desta vez o Brown acertou a mão? A discussão vai ser boa, com certeza. O terreno, no mínimo, é espinhoso...
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Agora é aguardar pra ver. Tomara que venha este ano ainda...

sábado, 20 de setembro de 2008

Visão de Rua: O Poder nas Mãos


Saiu o mais novo trampo do grupo Visão de Rua: "O Poder nas Mãos". O CD segue a fase iniciada com "A Noiva do Thock", trampo que colocou o Visão de volta no cenário e o consolidou como um dos grupos de rap mais importantes da cena brasileira do hip hop. Dina Di, a maior rapper do Brasil, sem sombra de dúvidas.
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O Visão faz um som muito característico, de muita personalidade. Fácil de reconhecer logo na primeira audição. Inconfundível... Um "feminismo do gueto", onde a mulher fala de sua condição numa linguagem muito diferente do discurso intelectualizado do feminismo tradicional. E de uma perspectiva diferente, com um enfoque diferente. Afinal, quantas feministas que abordam o tema dentro dos "muros" seguros da Universidade possuem um marido preso?
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As letras de Dina Di falam de sua experiência de vida, com muita propriedade. Não há espaço para demagogia. Seu rap é sua vida.
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Assim, temas nunca antes explorados por outros rappers surgem de suas palavras. A relação com o filho, a família desestruturada, o amor, o machismo, a violência doméstica... Todos estes temas surgem pela primeira vez no rap pela voz de Dina Di.
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Em entrevista recente, Viviane (a Dina Di) afirmou que cada CD seu é uma fase de sua vida. Este, com certeza, expressa a maturidade de quem optou pela criação dos arranjos (ela toca violão e canta), embora o sampler também apareça. Criar o arranjo não fez com que ela perdesse o foco, não descaracterizou seu rap, embora haja algo de único e inovador neste trabalho. Desta vez ela se arrisca mais, inclusive nos backing vocals.
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"É o trabalho mais completo que eu já fiz, em todos os sentidos. As letras são um reflexo da minha própria personalidade, da minha crença, da minha fé, da minha conduta, dos meus objetivos. 'As coisas mudam', e as pessoas também... e no meu caso foi pra melhor. Estou no meu melhor momento. Me sinto feliz por ter realizado esse trabalho... mesmo com tantas dificuldades. Agora é só alegria." (clique aqui para ler mais...)
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Embora ache que o trabalho anterior (A Noiva de Thock) seja insuperável, este com certeza ficou muito bom. Seria impossível tratar de cada faixa aqui, detalhadamente. Não haveria espaço. De qualquer forma, vou comentar o que mais me chamou atenção.
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Em "Minha Alma Chora", como manda a tradição, W-Dee (Consciência Humana) participa. A base segue bem o estilo do Visão seguido no álbum anterior. Muito boa. De uma forma geral, este álbum está mais acústico, num ritmo mais cadenciado, mais reflexivo. "As Coisas Mudam" e "Eles Falam de Paz" seguem a mesma linha.

"Meus inimigos ainda estão de pé, eu sei quem são
é minha alma que eles "quer" hehehe
Estranhos que se levantaram contra mim,
a inocentes anos, e que amam a violência...
O clima é de tensão, de decisão, poucas palavras "jão",
concentração, muita oração, muita calma ai, o pés no chão,
paz, união: uma adorinha sozinha não faz verão...
Felizes são os puros de coração. Os que tem cede de justiça,
os que praticam perdão. Os que buscam alívio, paz,
libertação aos humildes, os corajosos. Ai, os que tem fé: as coisas mudam...

(Refrão)

O tempo leva quem eu mais amei
O tempo leva os sonhos que sonhei
Desfaz os planos que eu tracei, de felicidade, de felicidade (que saudades...)
O tempo leva quem eu mais amei
os misterios que não desvendei
Os meus segredos que guardei, a 7 chaves, a 7 chaves..."

Dina Di
VISÃO DE RUA

"As Coisas Mudam"

"Durmindo com o Agressor" é uma paulada, na base e na letra. A melhor na minha opinião. Tem a cara das produções do KL Jay.

"A Filha do Rei" trata de amor, espiritualidade. Assuntos espinhosos. É difícil abordar estes temas sem que o resultado soe falso, artificial. Dina Di passa por estes tabus com muita propriedade, sinceridade e honestidade. O resultado é bem legal.

“Tem gente que dorme com medo... acorda com medo...
vive com medo... morre com medo...
A dor ainda está em todos os lares: em casa, na rua,
nas escolas, nos bairros. (em toda parte)

Pode ser ainda pior, a fita é de mil grau,
pode ser ainda pior, se revidar o mau...
e tiver que se armar, e tiver que matar, manchar o seu nome
e tiver que fujir e tiver que roubar, tramar, senhor???
Não quero riqueza, e nem pobreza,
nem menos e nem mais que eu merecer na mesa
afasta pra longe de mim: a inveracidade, a inveja,
a lingua falsa, o traidor, a falcidade...
Me dê coragem, saúde, disposição,
uma mente com sabedoria...
não me tire a visão, me dê uma chance de me levantar,
com dignidade, honestidade, preciso salvar, preciso salvar nossa amizade...
Amigo do mundo, um inimigo de deus: verdade.
O mal não tem futuro: tudo, tudo, tudo, é vaidade...
Descanso pra alcançar o vento, o vento eheheheheh...
Não adianta correr, me corromper,
pra tudo tem seu tempo, pra nascer pra morrer...

Tempo de plantar e colher
Tempo pra amar, odiar, esquecer... se arrepender...
Tempo pra rir, chorar, perdoar,
Tempo de perder e ganhar, superar, e tirar as pedras do caminho...
Tempo de abraçar, tempo de ficar sozinho,
Tempos de paz, guerra, perseguição, fama, anonimato, desilução,
as coisas mudam...”

Dina Di
VISÃO DE RUA

"As Coisas Mudam"


"Espírito Rebelde" possui uma base pesada que mostra que o gangsta rap ainda é uma influência importante no trabalho dela. Esta é uma herança que mostra como o Visão ainda leva o estilo que consagrou o grupo em Campinas.

"O Guardião"
fala de amizade e "Guerreira de Fé" é autobiográfica. O CD ainda conta com falas de Marcão (DMN) e Helião (RZO). Nas produções, além da própria Dina, aparecem KL Jay, Consciência Humana e Dagruta.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Obama e Lebron na TV Norte-americana




Assisti com muita curiosidade uma entrevista do candidato a presidência dos EUA Barack Obama. Filho de um queniano com uma americana, ele nasceu no Havaí, um estado norte-americano. Um homem distinto, muito elegante, bem humorado e agradável. Bem diferente do durão republicano John McCain, um cara que chega a dar medo.


As eleições primárias do Partido Democrata, quando Obama derrotou Hilary Clinton, criaram uma ilusão de que o processo eleitoral seria uma verdadeira barbada. Na verdade, as pesquisas mostram um certo equilíbrio. A disputa vai ser dura. De um país que possui Arnold Schwarzenegger governador e que elegeu Bush (duas vezes!) não podemos esperar grande coisa...


Obama pode se tornar o primeiro negro a ser presidente do maior Império do mundo, o que seria, do ponto de vista simbólico, um grande avanço. Nunca um candidato negro teve chances reais de vitória. Sua plataforma política é, sem dúvida, melhor que a do adversário republicano. Não há como não se entusiasmar, de uma certa forma, pelo que ele vem a representar. Num país onde somente dois partidos (bem parecidos né...) estão verdadeiramente no jogo eleitoral, Obama pode parecer, em algum momento, como uma alternativa interessante.


Mas que não nos iludamos...


Numa certa altura da entrevista, Obama faz com que botemos o pé no chão. Ao falar sobre o Iraque, por exemplo, ele se posiciona contra a guerra. Porém, na sequência, afirma, naturalmente, que não teria invadido o Iraque, porque teria mantido o foco no Afeganistão (?). Com a maior naturalidade do mundo, ele diz que se os EUA tivessem mantido o foco no Afeganistão, hoje Bin Laden estaria CAPTURADO ou MORTO. Assim, com a maior frieza do mundo. Na seguência, o senador se queixa do valor investido no Iraque (3 trilhões ou algo parecido...). Ou seja, a preocupação é o GASTO, e não as ATROCIDADES cometidas lá pelo Bush.


Questionado sobre suas raízes africanas e sobre sua viagem ao Quênia em visita a sua avó, ele afirmou que se surpreendeu com a receptividade, pois os quenianos foram muito calorosos na recepção a ele e sua família. Depois (não se iluda...), elogiou o trabalho da Fundação do Bill Gates na África, reconheceu que Bush sempre investiu no combate a AIDS por lá, mas tratou de deixar claro que cada país que cuide de seus problemas. Sobre o imperialismo norte-americano no continente, obviamente, nenhuma palavra. Questionado sobre o Haiti, ele disse que é uma "pena", porém tratou de lembrar New Orleans, onde, segundo ele, o sofrimento também estava sendo duro. Ficou claro, numa comparação evidentemente desproporcional, que ele pensa nos problemas dos EUA como prioridade e trata o resto do mundo como o resto do mundo, como se os problemas na África, por exemplo, não tivessem nada a ver com eles... Como se não houvessem empresas norte-americanas pagando cerca de R$ 0,30 por dia aos africanos, como se eles e os europeus não tivéssem saqueado o continente africano, retirando marfim, minérios, borracha, etc., o que acontece até hoje, inclusive. Como se eles não bancassem governos corruptos e ditatoriais anti-democráticos por lá para assegurarem seus interesses, o que tem custado a vida de milhares de pessoas por lá. A consciência de raça do Obama vai até onde termina a fronteira dos EUA.


Do ponto de vista do combate ao racismo, é importante que os negros assumam papéis de comando. Nossa consciência de raça somente será plenamente possível se tivermos auto-estima como base. Saber que os EUA de hoje é um país menos racista do que a 50 anos atrás é, sem dúvida, um avanço. Mas um avanço limitado, de um ponto de vista mais geral da emancipação do homem por completo em todos os cantos do planeta, para a superação do capitalismo e construção de uma sociedade mais justa. Obama é o retrato mais "brando" de uma sociedade que se julga o centro do universo, que olha somente o próprio umbigo, que considera a guerra uma banalidade necessária e corriqueira. Claro, tudo isso é o que garante, na visão egoísta deles, todos os privilégios que eles possuem às custas de massacres que eles mesmos patrocinam no mundo todo...


Mas não foi somente isso...


Ontem (17 de setembro de 2008) o programa do David Letterman exibiu duas entrevistas interessantes. A última (e menor) delas foi a do Lebron James, o fenômeno do basquete que entrou na liga da NBA direto do High School (colegial), sem passar pela Universidade antes. Com apenas 23 anos e 2,03 metros de altura, o jogador que é considerado o número 2 (o antipático Kobe Bryant é o "the best" - mas não na minha opinião...) do mundo atualmente. Apesar de visivelmente tímido, o campeão olímpico desfilou bom humor e simpatia. Uma figura interessante. Atualmente ele é companheiro do brasileiro Anderson Varejão no Cleveland Cavalier's. Tem atualmente carregado sua equipe nas costas, tendo ficado pelo caminho após perderem para o Boston Celtic's, que desbancou o popular Los Angeles Laker's na final e sagrou-se campeão da temporada 2007/2008. Valeu a pena ter ficado acordado até mais tarde, mesmo sendo um único bloco.



Este é o EUA, um país que desperta amor e ódio, ao mesmo tempo...


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Segue foto de uma oficina de hip hop que ministrei no SESI 234 de Valinhos, no último dia 10 de setembro. Em Campinas, mantemos um trabalho de incentivo a leitura, num projeto chamado "Dia de Leitura", com oficinas de hip hop também incluídas. Ontem (11 de setembro) estive no Newton Oppermann, uma escola do Jardim Florence, extrema periferia de Campinas. É um trabalho que desenvolvemos com alguns parceiros, onde procuramos manter a chama acesa, mesmo que voluntariamente e de forma militante. O último governo municipal em Campinas acabou com todos os projetos de oficinas de hip hop que aconteciam com o apoio e infra-estrutura da Secretaria de Educação...
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De qualquer forma, é válido que continuemos a plantar nossas sementinhas. De repente, num momento futuro, com um "clima" melhor, em sólo fértil, ela germine e dê frutos...
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Foi assim que tudo começou lá atrás, na década de 90, muito antes do Toninho ganhar a eleição por aqui...
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Aliás, esta semana, no último dia 10, fizeram 7 anos do assassinato de Toninho. Até hoje não houve uma conclusão convincente por parte da polícia (militar ou federal...). Segue o link do site da campanha para a solução do caso (clique aqui).
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Saudades...
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Fico devendo um post em homenagem.

domingo, 31 de agosto de 2008

DoggPound Gangsta Inc. presents... Daz Dillinger

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Saiu o mais novo cd do Daz Dillinger, membro do Dogg Pound ao lado de Kurupt, entitulado "Only On The Left Side". Muito bom, por sinal. A faixa 1, "Squeeze", lembra o Daz solo dos melhores tempos, abrindo o play em grande estilo.

Gostei muito da faixa com o Snoop chamada "Me And My Cuzzin' ", a melhor, disparada... O refrão é muito louco. Veio bem na linha dos últimos trabalhos do Snoop.

"Do Yo Thang" é uma pancada, com um baixão pesado, atabaques e uns moogs de fundo, com uma flauta bem sinistra, perfeita. DPG Muthafucka!!! Algo nela me lembra os bons tempos do Erick B e Rakim...

E como não podia faltar, Kurupt aparece na última faixa, chamada "Thiz How We Live", um G Funk. Vale para matar a saudade do Tha Dogg Pound clássico. Em grandíssimo estilo, diga-se de passagem.

"Meal Ticket", com Krayzie Bone, tem uns tecladões bem na linha do próprio Bone, bem legal. Gostei também de "Dip Drop Stop Dip" (Feat. Keak Da Sneak), de "Regretz" (Feat. Tyrese And Nicole Wray) e de "Who I Be".

Vale o download no (sempre ele...) Lôko do Cerrado.

O CD é todo bem na linha do "Tha Nigga" Daz. Posso afirmar categoricamente que ele não pisou fora da faixa nenhuma vez, coisa rara hoje em dia, quem curte um Gangsta tá ligado, o momento não é dos melhores... Não curti muito o "Raw Footage" do Ice Cube (novo), por exemplo, com exceção para a ótima "Stand Tall" (também disponível no Blog do Lôko). O álbum do Daz é bem equilibrado, os samplers bem escolhidos. Os backing vocals dos refrões são bem variados, todos em perfeita sintonia, alta qualidade. Muito bem dosado entre as pesadonas, os G-funkões e umas baladas.

Meu fim de semana foi mais feliz depois dessa surpresa agradável!

Pena que eu tô sem tape no carro...

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

1ª Bienal Internacional de Graffiti de Belo Horizonte

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Belo Horizonte vai sediar, entre os dias 30 de agosto e 7 de setem-bro, a 1ª Bienal Internacional de Graffiti de Belo Horizonte (informações e programação aqui). O evento terá exposições, seminários e intervenções nas ruas da cidade. A idéia é discutir o grafite no cenário artístico atual. O artista plástico e grafiteiro Rui Santana será o curador do evento, junto com Binho Ribeiro, Thereza Portes, Piero Bagnariol, Sara Carvalho e Geraldir Bernardilho. A entrada será gratuíta.


A bienal exporá o trabalho de grafiteiros de São Paulo, Belo Horizonte, do Rio de Janeiro, Recife, além de representantes de outros países, como África do Sul, Chile, Nova Zelândia, Porto Rico, Holanda, EUA, Europa e Japão. A programação terá quatro exposições, seminários com grafiteiros e estudiosos, intervenções nas ruas da cidade e uma programação musical com grupos e DJs. Haverão performances de videoarte.


Considerando que minhas postagens sobre graffiti geraram um grande número de comentários e e-mails no Blog, tentarei manter o tema sempre bem atualizado por aqui!

Na sequência, de cima para baixo, os graffites foram feitos por: Galo de Souza (PE), Dninja (MG) e Trampo (RS).
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Entre os grupos que se apresentarão está o Negras Ativas, da Larissa Borges, velha conhecida nossa aqui em Campinas (ela já esteve aqui) e de tantos fóruns de hip hop da vida. Elas são de BH mesmo e o grupo é formado por mulheres.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

26 de Agosto - Aniversário

Hoje o nosso Blog do Elemento completa 2 anos de atividade, com muito orgulho, tendo alcançado milhares de acessos em seu contador. Foram 7668 acessos até aqui!!! Quando começamos não fazíamos idéia de onde chegaríamos. No transcorrer deste ano aumentamos o número de postagens (em média 5 por mês!) e definimos um padrão de trabalho, com assuntos variados que envolvam hip hop diretamente ou indiretamente estando relacionado de alguma forma. Agradeço a todos aqueles que pretigiaram até agora, com o compromisso de continuar me aperfeiçoando sempre, buscando sempre informar o movimento e fortalecer a cultura hip hop!!!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Alguém Duvidava?


Até que Argentina e Espanha deram trabalho. Estão de parabéns. Mas os EUA, quando levam uma competição da FIBA a sério...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Morre Isaac Hayes


Morreu no domingo (10 de agosto de 2008), nos EUA (Menphis - Tennesse), aquele que talvez seja a maior influência para o surgimento do rap como um estilo de música. Sem Isaac Hayes, o rap provavelmente não seria o rap, ele seria uma outra coisa...

Aos 65 anos, o cantor foi encontrado inconsciente pela sua esposa, próximo a uma esteira ergométrica. Os paramédicos não conseguiram evitar o pior no caminho para o hospital. Ainda atônitos com a morte repentina e absurda de duas importantes figuras do rap de Campinas (Alex F, do Sistema Negro, e o parceiro Careca, o Killaman), eis que somos surpreendidos com mais uma baixa em nossas fileiras. Será o fim de uma era?


Hayes fez sucesso na gravadora Stax, que seguia a mesma linha da Motown e disputava espaço com ela na época, com o álbum "Hot Buttered Soul", o disco épico em que ele exibe sua clássica careca na capa. São 4 faixas apenas, de longa duração, onde ele "(sic) se preocupa mais com a arte em si do que com as vendas", segundo suas próprias palavras. E vendeu mais de 1 milhão de cópias, ironicamente, contrariando toda a lógica do mercado fonográfico.

O cantor conheceu a consagração definitiva ao ganhar um Oscar com a música do filme Shaft - "Theme from Shaft", de Gordon Parks. Ele foi o primeiro músico negro a alcançar tal feito. Sua performance na cerimônia do Oscar, pilotando um piano flutuante e vestindo uma espécie de camiseta feita de correntes, causou tanto impacto quanto a música. Com a mesma música, aliás, ele ganhou também um Grammy. Já os entendidos de soul music, entre eles muitos rapper's, preferem "Walk on By". Os climas de suas composições são inconfundíveis, entre guitarras wah-wah, metais, canto falado e viagens psicodélicas.

Em 2000, Hayes atuou na refilmagem de Shaft, com direção de John Singleton e ao lado de Samuel L. Jackson. O filme fez parte de um movimento que colocou os negros na posição de protagonistas pela primeira vez no cinema norte-americano: o "blaxploitation". Isso em meio ao movimento por direitos civis. Outros filmes, como Dead President's e Kill Bill, utilizaram suas músicas em trilhas sonoras.

Hayes, aos cinco anos, já cantava em um coral da Igreja. Aprendeu sozinho a tocar órgão, piano e saxofone. Seu estilo é definido por muitos como um "soul sinfônico". Ele inovou, ao cantar com seu vozeirão, num tom abaixo daquele que os soul man's de sua geração cantavam. Suas músicas seguiam um padrão não-comercial, muitas vezes com mais de 10 minutos de duração e instrumentalmente muito ricas, com arranjos sofisticados.

Os mais novos conheceram Hayes pela dublagem do personagem Chef do desenho animado "South Park". Ele participou do desenho de 1997 a 2003, quando saiu em protesto após a série zombar da "cientologia", seita da qual o cantor faz parte, junto com Tom Cruise e outros.

Em 2001 ele produziu o álbum de estréia de Alícia Keys, "Songs In a Mirror", que revelou a cantora de R&B. Já foi homenageado por diversos grupos de rap, em sampler’s que vão do CMW ao Wu-Tan Clan. Em 2002 ele ganhou uma estrela no Hall of Fame.

domingo, 27 de julho de 2008


O novo álbum "Detox" do celebradíssimo produtor e rapper Dr. Dre (ex-NWA) está em fase de finalizações. Conforme declarações ao USA Today, o CD sai até o fim de 2008, com participações de Jay-Z, Nas e Lil Wayne. Historicamente, estes rappers não acompanharam o Dre em álbuns anteriores, o que abre espaço para especulações sobre que estilo o lançamento vai seguir. Snoop, por exemplo, tem sido um parceiro muito mais fiel, que marcou presença nos dois últimos álbuns. Embora tenha produzido rappers questionáveis (vide Eminem, por exemplo...), Dre tem mantido um bom padrão em seus álbuns sólo, conforme aconteceu em "The Chronic" e "2001", que vinham numa linha Gangsta. Mesmo "2001", cheio de inovações que revolucionaram o rap da época em termos de produção, foi aprovado pelo público do Gangsta Rap mais pesado e também pelo público de Rap "mainstream" em geral, coincidência rara de acontecer.

O fato é que, se tratando do produtor que tudo que toca vira ouro, ou disco de ouro, a espera torna-se angustiante. Cresce, com certeza, o clima de ansiedade para este lançamento. Mesmo sabendo que o mestre Dre sempre inova, esperamos que venha pesado e com a qualidade de sempre.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Graffiti e Aerografia em Campinas

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Seguem algumas fotos de trampos de um grafiteiro parceirão meu lá da região do São José e Jd. das Bandeiras: o Binho. Além dos tradicionais rolês com as latinhas de spray, ele trampa também com aerografia. Muito louco. Muitos grafiteiros tem restrições ao aerógrafo, até um certo preconceito mesmo. Eu acho que desde que se separe bem as coisas, os dois são válidos. Desde que a essência da arte da latinha não se perca, é claro. E que não se confunda: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Aerografia não faz parte do Hip Hop. Mas também é uma forma de arte. Podendo, inclusive, ser uma boa fonte de renda, já que o foco principal do Graffiti não é este... Interessados, entrem em contato que eu dou um salvão nele com certeza.
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Acima, um trampo em capacete. Abaixo, o Ice Cube numa camisa. O Binho é da mesma quebrada que o Alex F, o finado Xandão do Sistema Negro.


Este, abaixo, que eu pesquei lá no Orkut do Binho, é um trampo do grafiteiro Washington (WPPL). Pelo que me consta, é o primeiro grafiteiro de Campinas. O cara é das antiga, old school mesmo, do tempo em que as informações sobre o Graffiti eram raras e o preconceito era maior que hoje em dia. Naquela época não tinha grafiteiro "de revista", quem aprendia era na raça, na rua mesmo. O cara grafitou o Nifama... Quer mais o quê né...

O que Rola no Mundo do Basquete...


Kobe Bryant e Lebron James (na foto acima) integrarão a equipe que disputará as Olimpíadas de Pequim. Alguns fracassos da seleção norte-americana colocaram sua reputação em cheque. Os inventores do esporte são considerados por muitos como apenas mas uma seleção em um meio nivelado internacionalmente. Eu, particularmente, discordo.

Enquanto isto, a seleção brasileira, conforme o esperado, ganhou do Líbano e perdeu da Grécia. Até aí, nenhuma novidade. Sexta, 13:30, jogará uma partida de vida ou morte contra a Alemanha. Apesar do bom desempenho de Alex, Splitter e Huertas, o que também já era previsto, uma derrota não será uma zebra.

Na NBA, o ala Marcus Vinícius fará parte da equipe do Suns na Summer League (Liga de Verão). Ele irá buscar uma chance de estar entre os 15 que jogarão a próxima temporada da NBA. não tenho nada contra ele. Pelo contrário. Mesmo que de forma desastrada e num mal momento, foi o único a questionar o absurdo que foi o desempenho do Brasil no pré de Las Vegas de forma crítica, botando o dedo na ferida. Torço para que ele se recupere e bote a cabeça no lugar.

segunda-feira, 7 de julho de 2008


A União Africana está sendo pressionada pela ONU, pelos Estados Unidos e pela Europa, para que rejeite a reeleição de Mugabe. Os Estados Unidos redigiram um projeto de resolução para o Conselho de Segurança da ONU prevendo sanções contra o Zimbabwe, incluindo um embargo às armas com destino ao país. As Nações Unidas consideraram que o escrutínio não teve legitimidade e os observadores da União Africana dizem que a votação não esteve conforme os níveis de democracia exigidos. A saída para a crise no Zimbabwe ocupa os trabalhos da União Africana, na estância egípcia de Sharm el-Sheik. De certa forma, era o que muitos torciam para que acontecesse: uma pressão internacional contra Mugabe.

Não tenho procuração para defendê-lo, nem tampouco vou bancar o “advogado do diabo” aqui, até porque tenho poucas informações confiáveis sobre o que realmente acontece no país. Acho, realmente, muito improvável que o Mugabe seja totalmente inocente das acusações que pesam sobre ele. Mas recebi um e-mail esses dias que confirmou algumas suspeitas que eu já havia manifestado aqui no Blog (leia aqui mesmo, abaixo do post do Xzibit)). O Zimbabwe possui 11 milhões de habitantes, 73% deles na zona rural. Apenas 4.500 proprietários brancos possuem 80% da terra cultivável, cerca de 7 milhões e meio de hectares. Milhões de negros camponeses se amontoam nas terras mais secas e de píor qualidade.

Segundo consta em artigo de Andreu Martí (leia na íntegra aqui), o governo Mugabe havia conseguido 96% de alfabetização, algo raro na África, até antes do bloqueio econômico e a crise de 1997. O Zimbabwe, como é comum na África, é um país rico em minerais: cromo, níquel, ouro, cobre, amianto, ferro, entre outros. As empresas que exploram esses minérios são norte-americanas. A Fundação Westminster para a Democracia, que financia a oposição, têm por trás a Grã-Bretanha (Ingleses...), os antigos colonizadores.
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O boicote internacional vai fazer retroceder os avanços sociais (pequenos, mas importantes) e nivelar, em termos de miséria, o Zimbabwe e o restante do continente. Pelos acordos feitos em 1980, a Grã-Bretanha indenizaria seus fazendeiros brancos no Zimbabwe para que suas terras passassem para mãos de campesinos negros. Com o pretexto de que “as terras iriam parar nas mãos de amigos de Mugabe”, este processo foi interrompido ainda nos anos 80.

A violência é artifício utilizado de ambos os lados. Há notícias de partidários de Mugabe que também foram assassinados.

A Igreja Católica, que também possui seus interesses, e participou de todo o processo colonial de pilhagem da África, também está contra Mugabe.

Se é verdade que qualquer acusação de ataque a direitos humanos deve ser investigada e, caso comprovada, combatida, também é verdade que existe o interesse, por parte das grandes potências, de dar continuidade ao saque de riquezas minerais e agrícolas, ainda que isto custe a morte de milhões de pessoas. A imprensa burguesa ocidental, muitas vezes, é um instrumento de defesa dos interesses imperialistas neo-coloniais das grandes potências...

domingo, 6 de julho de 2008

Xzibit e Nicholas Cage Juntos

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O rapper Xzibit vai estar no filme policial "The Bad Lieutenant" (Vício Frenético), que conta com Nicholas Cage, Eva Mendes e Val Kilmer. O Mc apresenta o programa da MTV americana "Pimp my Ride", onde o público manda cartas para que o astro reforme seus carros velhos, através da equipe de mecânicos do programa chamada "West Coast Customs". Para quem não sabe, o quadro "lata Velha", do Luciano Huck, foi copiado do "Pimp my Ride", numa versão piorada. O programa americano, exibido legendado pela MTV brasileira, é mais divertido (Xzibit, impagável, garante umas boas risadas...), e mais objetivo, pois não tem aquela chatice de o convidado ficar se matando num "desafio", exposto ao ridículo que gera um ibope ao programa global às custas de humilhar o convidado publicamente.


O filme é uma refilmagem de um cult de 1992, que teve Harvey Keitel como protagonista. Na história, um policial corrupto, envolvido com drogas, sexo, jogatina e roubo em Nova York, fica obcecado pelo caso do estupro de uma freira. Nicholas Cage e Val Kilmer formarão uma dupla de policiais e Xzibit será o vilão da história, o "Big Fade". O rapper já havia feito "XXX 2: Estado de Emergência" (2005), "A Gangue está em Campo" (2006) e "Arquivo X: Eu Quero Acreditar" (2008).
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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Eleições Polêmicas no Zimbabwe

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Morgan Tsvangirai, candidato do MDC (Movimento pela Mudança Democrática) à presidência da República do Zimbábwe, desistiu de disputar as eleições e está refugiado na embaixada da Holanda de Harare. Após haver ganho o primeiro turno numa leição "suspeita" devido a possibilidades de fraudes, ele afirma que não existem condições seguras para a realização de uma eleição idônea e transparente. Robert Mugabe, atual presidente, está no poder há 28 anos e afirmou que "somente Deus, que o colocou lá, poderá tirá-lo do poder". Tsvangirai afirma que mais de 70 (no mínimo) de seus simpatizantes foram mortos e centenas intimidados, proibidos de se reunirem ou agredidos fisicamente. O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, um dos mais próximos aliados de Mugabe, pediu a ele que interrompa a onda de violência. Mugabe, de sua parte, acusa o MDC de práticas violentas. Difícil acreditar que Mugabe não tenha culpa no cartório. Parece evidente. Mas que ele coloca interesses imperialistas, em especial britânicos, em cheque, isto também é verdade. O que coloca em dúvida muitas informações que recebemos via imprensa burguesa mundial.
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Forest Whitaker representou no cinema, tempos atrás, o também ditador Idi Amim. Figura polêmica em Uganda, o ditador foi responsável por um genocídio de mais de 100 mil pessoas. Alimentava seus crocodilos com suas vítimas e expulsou 40 mil pessoas, entre indianos e paquistaneses, de Uganda. O filme "O Último Rei da Escócia" mostra uma parte de suas peripécias. Mas deixa também os interesses ingleses por lá sob suspeita óbvia.
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A imprensa internacional, em especial, tem acompanhado estes acontecimentos na África. O que eles não dizem é que isto nada mais é do que uma herança do colonialismo europeu, que dividiu o continente na régua, desrespeitando limites geográficos e etnias diversas, se apropriou das riquezas do território africano e sequestrou milhões de negros que tiveram como destino a escravidão colonial. Um continente pilhado e massacrado por europeus, que agora se "chocam" com os resultados das barbaridades que promoveram por lá até pouco mais da metade do século passado...
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domingo, 22 de junho de 2008

Bun B - II Trill

Saiu o novo álbum do Bun B, "II Trill", o segundo da série. Muito bom por sinal. Estreiou em 1º lugar na Billboard, na parada de álbuns de rap.


Gostei da faixa 3 "Damn I'm Cold (featuring Lil' Wayne)" (a melhor...), que lembra as antigas do UGK com um órgão bem louco conversando com um baixão pesado no primeiro plano. A badalada faixa 2 "That's Gangsta", que trás Sean Kingston em compania do velho B, me decepcionou. Gostei também da faixa 8 "Get Cha Issue", sinistra. A faixa 11 "Underground Thang" é pra matar a saudade do finado Pimp C (clique aqui) e tem um refrão louco... A 14 também é interessante, com um ragga muffin' no refrão (acompanhado por órgão também) e cordas bem sinistras ao longo do som - lembram um pouco as músicas de faroeste - uma mistura bem legal no conjunto. "Angel In The Sky" é a 16ª e fecha bem o álbum, bem baladona.

Aprovado!

Quem quiser conferir, clique aqui! (Loko do Cerrado)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Boston Celtics Campeão!



Salve os Campeões! Salve o Big Three, Garnett, Allen e o MVP Paul Pierce! Salve Doc Rivers e Ainge! Salve Bill Russell! Salve Auerbach! Parabéns Celtics! Beat LA!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Spike Lee e Michael Jordan juntos!



O velho e bom diretor de cinema Spike Lee anunciou que lançará, em 2009, no festival de Cannes, um documentário sobre a carreira de ninguém menos que Michel Jordan, o ex-jogador de basquete que se tornou mundialmente famoso por suas façanhas no Chicago Bulls, franquia da NBA, e é considerado quase que unanimamente como o maior de todos os tempos.


O cineasta, que já tinha rodado anúncios publicitários com Jordan para uma empresa de tênis, já foi indicado a dois Oscar's - "Faça a Coisa Certa" (1989) e "4 Little Girls" (1997) - afirmou que seu amigo pessoal (Jordan) estará em Cannes no ano que vêm. "Miracle at St. Anna", que será finalizado no final de julho e estreará nos Estados Unidos no dia 10 de outubro, é sua próxima produção que fala sobre quatro membros negros da Divisão 92 do Exército americano que foram seqüestrados em uma localidade da Toscana e tiveram que enfrentar seus comandantes racistas e os nazistas. Para saber mais sobre Spike Lee e seu último documentário sobre o Katrina clique aqui.




Michael Jordan, atualmente dirigente da NBA, possui marcas memoráveis. Foi 6 vezes campeão da NBA, 5 vezes MVP, ganhou 2 campeonatos de enterradas e foi membro do histórico "Dream Team" em 92. Quando jogava, ficou conhecido como air Jordan, pois diziam que ele controlava a gravidade e andava no ar. Possui uma incrível média de 30,1 pontos por jogo na carreira, a maior da história da NBA. Para saber mais sobre a NBA clique aqui e aqui.

sábado, 31 de maio de 2008

I Love This Game



A Maior Rivalidade da NBA

Depois de 21 anos a história se repete. As duas franquias que disputam a série final dos playoffs (melhor de sete partidas) nesta quinta-feira, 5 de junho, compartilham a maior rivalidade da NBA. São, ao todo, 40 títulos em quadra, 16 para o Celtics (o maior vencedor de todos os tempos) e 14 para o Lakers (o 2º maior, contando 5 vitórias como Minneapolis Lakers, antes da franquia se firmar em Los Angeles definitivamente, em 1960). Lakers e Celtics disputaram o título 10 vezes ao longo da história (em 59, 62, 63, 65, 66, 68, 69, 84, 85 e 87). Nas estatísticas, o Celtics leva vantagem, tendo vencido 8 vezes o confronto. Esta sina somente foi quebrada quando o Lakers de Magic Johnson venceu 2 vezes em 85 e 87. Por outro lado, o último título do Celtics foi em 86 (há 22 anos), enquanto o do Lakers foi a apenas 6 anos, em 2002 (em 2004 o Lakers foi vice).


A tradição do confronto é tamanha que invadiu até os videogames: quem jogou nos anos 90 certamente conheceu o jogo “Lakers vs. Celtics”. A rivalidade entre Larry Bird e Magic Johnson, desde o basquete universitário, foi responsável por tornar a NBA um campeonato acompanhado no mundo todo e é lembrada com saudosismo pelos fãs. Aliás, muitas foram as feras que passaram pelas duas mais vitoriosas e tradicionais franquias da NBA:

Pelo Celtics passaram:

6 - Bill Russell (11 títulos, 5 vezes MVP, 12 vezes no All Star Game)
(maior campeão da NBA de todos os tempos)
33 - Larry Bird (3 títulos, 3 vezes MVP, 12 vezes no All Star Game)
(3 vezes campeão do torneio de 3 pontos do All Star Weekend)
14 - Bob Cousy (6 títulos, 1 vez MVP, 13 vezes no All Star Game)
17 - John Havliceck (8 títulos, 13 vezes no All Star Game)
0 - Robert Parish (4 títulos, 9 vezes no All Star Game)


Pelo Lakers passaram:

33 - Kareem Abdul-Jabbar (6 títulos, 6 vezes MVP, 19 vezes no All Star Game)
(inventor do gancho e maior pontuador com 38.387 pontos na NBA)
13 - Wilt Chamberlain (2 títulos, 4 vezes MVP, 13 vezes no All Star Game)
(média de 50,4 pontos em 62, único a marcar 100 pontos em uma única partida)
32 - Magic Johnson (5 títulos, 3 vezes MVP, 12 vezes no All Star Game)
34 - Shaquille O’neil (4 títulos, 1 vez MVP, 14 vezes no All Star Game)
44 - Jerry West (1 título, 14 vezes no All Star Game)

“Talvez algumas pessoas se remexam em seus túmulos e reapareçam” afirmou Phil Jackson, quando questionado, logo na primeira série dos playoffs, sobre a possibilidade deste confronto, há mais de 1 mês atrás. “Esqueçam a Liga. O Basquetebol precisa de um Celtics vs. Lakers” disse Magic Johnson. Nos últimos jogos do Celtics a ESPN exibiu um bate papo com Garnett e Russell que foi de arrepiar. O clima já está no ar...


Os Verdes

Com um placar de 89 x 81 a equipe do Boston Celtics venceu ontem o Detroit Pistons de virada, na casa dos “bad boys”, e garantiu sua presença na grande final da NBA. A série (melhor de sete) foi vencida por 4 x 2, com direito a duas vitórias fora de casa. Se a dificuldade de passar pelo Atlanta Hawks e pelo Cleveland Cavaliers jogou uma sombra de dúvidas sobre o Celtics, a vitória de ontem serviu para provar que o Boston Celtics vai com força para a grande final.


A equipe do Boston foi reforçada nesta temporada com duas grandes estrelas de ponta, Kevin Garnett (MVP em 2003-2004 e melhor defensor desta temporada) e Ray Allen. A equipe já contava com Paul Pierce, o terceiro jogador, que junto com os dois primeiros formam o fantástico “Big Three”. Ninguém merece tanto esta classificação quanto ele, que aguentou como um carregador de piano a fase de vacas magras do Boston, como no ano passado, em que a equipe foi um saco de pancadas na liga. Paul Pierce marcou 27 pontos e pegou 8 rebotes, mais do que os dois pivôs do time.

Rajon Rondo e Kendrick Perkins completam o time. Perkins, pivô, tem se destacado nas últimas partidas. Já o novato armador Rondo, que tem feito o veterano Sam Cassel mofar no banco de reservas, possui um futuro promissor na liga. No banco, Posey é quem tem se destacado mais, em especial nos playoffs, embora a equipe tenha ainda House, Powe e Brown. O Boston Celtics se classifica merecidamente após ter feito a melhor campanha da temporada regular (não somente do Leste, mas de toda a liga) com 66 vitórias e 16 derrotas.


Os Amarelos

Antes do Celtics, foi o Los Angeles Lakers quem garantiu sua classificação com uma vitória sobre o San Antonio Spurs (atual campeão da liga) por 100 a 92 de virada (coincidentemente), na casa do adversário também. A série foi vencida com mais folga: 4 x 1. Com incríveis 39 pontos do “MVP” (Most Valuable Player, o melhor da temporada, título que já foi seis vezes de Michael Jordan) Kobe Bryant garantiu a classificação do Lakers.

Com a saída de Shaquille O’neil, com quem Kobe formou uma dupla vitoriosa entre 2000, 2001 e 2002 (tri-campeonato do Lakers), a equipe californiana não mais chegou ao topo da liga norte-americana. Isto fez com que se criasse um rumor de que Kobe, sem Shaq, seria incapaz de levar os Lakers a um novo título. A contratação de Pau Gasol (que pegou 19 rebotes na partida que despachou o Spurs) deu novo gás a franquia que chegou novamente a grande final este ano. Lamar Odom, Derek Fisher e Radmanovic completam o elenco. Com 57 vitórias e 25 derrotas, o Lakers fez a melhor campanha do Oeste.